REDES, 2017
exposição @ MARGS
fotografia digital
Texto do Curador,
Carlos Eduardo Dias Comas
Uns amam a presença globalizada, outros a particularidade local. Muitos dão a natureza por foro privilegiado, e igual número reza pela criação artificial. Persistindo no afã de recortar de um jeito manso a paisagem metropolitana contemporânea, Tonico Álvares atenta para a complementaridade entre esses polos e as progressões que podem se estabelecer entre eles. Seu foco aqui é o entrelaçado de gente, gesto e arquitetura pública, de signos globais e inflexões localizadas, do discurso casual na praça nova-iorquina e cosmopolita do Lincoln Center à espera que o espetáculo recomece e a própria praça em que o discurso se elabora. Silhuetas do oriente e do ocidente, do norte e do sul se mostram coloridas, quentes, espectrais, esbatidas, feito imagens infravermelhas esgarçadas em fundo muito branco, e a interação humana se baliza pelas linhas enegrecidas de bancos, marcos e mezaninos. A câmara recua ou se aproxima, insistente e indiscreta mas tolerante, interessada em evidenciar convívio mesmo que ambíguo antes que denunciar conflito irreparável. O resultado tem jeito de sonho sem perder a contundência do real, porque a simplificação maniqueísta e mistificadora está ausente. Entre o preto ausência de luz e o branco soma de todas as cores, vale reclamar o preto, o branco, e todo o arco-íris. Tudo isso e o céu também.
exposição @ MARGS
fotografia digital
Texto do Curador,
Carlos Eduardo Dias Comas
Uns amam a presença globalizada, outros a particularidade local. Muitos dão a natureza por foro privilegiado, e igual número reza pela criação artificial. Persistindo no afã de recortar de um jeito manso a paisagem metropolitana contemporânea, Tonico Álvares atenta para a complementaridade entre esses polos e as progressões que podem se estabelecer entre eles. Seu foco aqui é o entrelaçado de gente, gesto e arquitetura pública, de signos globais e inflexões localizadas, do discurso casual na praça nova-iorquina e cosmopolita do Lincoln Center à espera que o espetáculo recomece e a própria praça em que o discurso se elabora. Silhuetas do oriente e do ocidente, do norte e do sul se mostram coloridas, quentes, espectrais, esbatidas, feito imagens infravermelhas esgarçadas em fundo muito branco, e a interação humana se baliza pelas linhas enegrecidas de bancos, marcos e mezaninos. A câmara recua ou se aproxima, insistente e indiscreta mas tolerante, interessada em evidenciar convívio mesmo que ambíguo antes que denunciar conflito irreparável. O resultado tem jeito de sonho sem perder a contundência do real, porque a simplificação maniqueísta e mistificadora está ausente. Entre o preto ausência de luz e o branco soma de todas as cores, vale reclamar o preto, o branco, e todo o arco-íris. Tudo isso e o céu também.